(UFGRS 2007) Sobre o processo de urbanização brasileiro recente, á correto afirmar que
(A) A concentração das grandes indústrias nas áreas centrais das cidades tem
aumentado, intensificando-se, com isso, o processo de verticalização em suas áreas
periféricas.
(B) As grandes metrópoles têm investido intensamente em áreas de lazer, criando a cidade
informal.
(C) Diretrizes gerais para a política urbana e a execução de políticas municipais de
desenvolvimento urbano são estabelecidas pelo Estatuto da Cidade, criado em 2001.
(D) As redes urbanas, com o acelerado processo de urbanização nas últimas décadas,
vêm sendo substituídas pelos centros sub-regionais locais.
(E) As metrópoles nacionais e regionais desaparecem da hierarquia urbana, dando lugar
às metrópoles locais, devido ao processo de globalização e ao surgimento de muitos
tecnopolos
Concentração de indústrias nas áreas centrais e
verticalização nas áreas periféricas é besteira, assim como investimentos em
áreas de lazer criando a cidade informal (a informalidade está ligada aos
aspectos marginais da economia urbana, como favelização e mercado informal).
Uma rede urbana é um conjunto articulado e
hierarquizado entre cidades de tamanhos e funções diferentes, então centros
regionais ou sub-regionais fazem parte dessa hierarquia. E na atual fase de
globalização temos o surgimento de metrópoles globais. Sendo a rede urbana esse conjunto de cidades de vários tamanhos que
estabelecem entre si relações socioeconômicas e políticas, na mesma, há cidades
que exercem maior influência sobre as outras caracterizando a hierarquia
urbana. A importância das cidades na organização do espaço deriva de sua
capacidade de oferecer mercadorias e serviços para um mercado consumidor amplo,
maior que o do próprio núcleo urbano. O grau de importância de cada cidade
depende da extensão do mercado atingido pelas mercadorias e serviços que
distribui. Existem hoje dois modelos para se entender o quadro da hierarquia
urbana no Brasil: o modelo industrial e o modelo informacional. O modelo
industrial baseia-se na realidade de que as cidades não vivem isoladas umas das
outras, necessitando que as mesmas estabeleçam relações e intercâmbio de
produtos e de serviços. A hierarquia está associada à dependência dos centros
menores em relação aos maiores centros, que oferecem uma economia mais
diversificada, maior variedade de mercadorias e de serviços. Assim, os centros
maiores exercem maior hierarquia, já que têm a capacidade de coordenar os
principais fluxos de mercadorias, de serviços e de capitais, o quer acaba por
influenciar as atividades dos centros menores. Segundo esse modelo, a
hierarquia urbana brasileira apresenta nove metrópoles (originais de 1973),
sendo duas nacionais (São Paulo e Rio de Janeiro) e sete regionais (Porto
Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Fortaleza e Belém). No
patamar logo abaixo se encontram as capitais regionais (sentido econômico do
termo), influenciadas pelas metrópoles com as quais se complementam, e
polarizando a rede urbana de regiões menores; sua importância deriva das
funções políticas e administrativas no caso de serem também capitais estaduais
(sentido administrativo do termo) e por serem importantes centros
distribuidores, sendo consideradas metrópoles incompletas. Por fim, no patamar
inferior, temos os centros regionais e os centros ou cidades locais; os
primeiros têm maior abrangência que os centros locais e oferecem mercadorias e
serviços não encontrados nestes; os centros locais atendem às populações locais
e rurais vizinhas com mercadorias simples e serviços básicos. O modelo
informacional resulta do processo de modernização econômica. O desenvolvimento
dos transportes e comunicações reduziu distâncias e possibilitou a
desconcentração das atividades econômicas, com a afirmação de novas cidades
como importantes espaços de produção e circulação e que são coordenadas a partir
de diretrizes estabelecidas nas grandes metrópoles nacionais e mundiais.
Segundo esse modelo, São Paulo é considerada metrópole mundial, pois é a partir
dela que as atividades realizadas no território nacional são integradas aos
principais circuitos da economia internacional. As demais metrópoles passam a
ter abrangência nacional. Para o IBGE, hoje existem doze metrópoles plenas: São
Paulo, Rio de Janeiro (globais) Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Salvador,
Recife, Fortaleza (nacionais), Belém, Goiânia, Campinas e Região Integrada de
Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (regionais). A Constituição de 1988 facultou
aos estados a instituição de regiões metropolitanas, sendo definidas outras
onze denominadas regiões metropolitanas emergentes: São Luís, Natal, Maceió,
Vale do Aço (MG), Vitória, Baixada Santista (SP), Londrina, Maringá,
Florianópolis, Norte/Nordeste Catarinense e Vale do Itajaí (SC).
Considerando-se as regiões metropolitanas brasileiras, as mesmas representam
40,31% da população total do país, sendo que cerca de 30% nas nove metrópoles
originais (dados de 2000). Nas regiões metropolitanas plenas há um alto grau de
urbanização e a cidade principal, a metrópole, tem mais de 1 milhão de
habitantes e variadas funções urbanas. O IBGE usa de dois critérios para caracterizar
as cidades próximas à cidade principal como município contíguo ou aglomeração
urbana integrada: a cidade deve ter uma densidade demográfica igual ou superior
a 60 hab/km² e pelo menos 65% da força de trabalho devem estar empregados em
atividades tipicamente urbanas, como a indústria, o comércio e os serviços.
Esses critérios excluem a cidade de Manaus da categoria de região metropolitana
plena, mesmo que a cidade tenha cerca de 1,5 milhões de habitantes, já que os
municípios vizinhos não formam uma aglomeração urbana integrada. Com um grau
menor de urbanização, temos as regiões metropolitanas emergentes, cuja cidade
principal tem uma população inferior a 1 milhão de habitantes. Entretanto, os
critérios de densidade demográfica e ocupação em atividades tipicamente urbanas
continuam presentes na caracterização do município contíguo. Por essa razão, Manaus continua fora da
classificação de região metropolitana. Entretanto, na
última década, temos a afirmação de cidades médias no espaço urbano brasileiro.
Alguns autores têm chamado esse processo de desmetropolização. Quando o
crescimento transforma as vantagens obtidas para a concentração das atividades
em desvantagens, como congestionamentos, leis ambientais, pressão por maiores
salários, custo do solo, entre outros, caracterizando limites para o
crescimento, temos um processo de desconcentração econômica, onde novos centros
urbanos se afirmam. Atualmente, o maior crescimento populacional não está nas
grandes metrópoles e sim nas cidades médias do interior. Mas isso não significa
diminuição da importância econômica das metrópoles e sim é reflexo de uma nova
distribuição territorial do trabalho. Ao mesmo tempo, nas regiões
metropolitanas, as metrópoles têm crescido menos do que as cidades a elas
conurbadas. Não esqueça que são intensos os movimentos pendulares nas regiões
metropolitanas. A resposta correta é LETRA C
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