quarta-feira, 6 de junho de 2012

AS QUESTÕES ÁRABE-ISRAELENSE, PALESTINA E LIBANESA

A questão árabe-israelense 

- Origem do atual Estado de Israel: movimento sionista do século 19, movimento de “retorno à pátria” 
- 1914: 100 mil judeus vivem na Palestina, sob controle inglês, em colônias agrícolas 
- 1917: Lorde Balfour anuncia a formação de um “lar nacional” judaico na Palestina 
- 1922: Liga das Nações aprova a “Declaração Balfour” (fica no papel) 
- Até o fim da 2ªGM crescem os conflitos entre os judeus imigrados e os palestinos, ambos sem país 
- 29/11/1947: ONU aprova a partilha da Palestina que previa a criação de uma Estado judeu (14 mil km²) e um Estado Palestino (11,5 mil km², em Gaza e Cisjordânia); Jerusalém teria status internacional 

1948/49: Guerra da Independência de Israel 
Liga Árabe recusa a partilha e ataca Israel 
Israel vence e amplia em 50% sua área 
Consequências: 
 • Parte do Estado Árabe da Palestina anexado por Israel 
 • Faixa de Gaza sob controle do Egito 
 • Divisão de Jerusalém 
 • Palestinos viram refugiados 
 • Nasser (Egito): política nacionalista com base no pan-arabismo e cooperação com a URSS


Guerra do Suez (1956) 
- Combinação de dois fatores geopolíticos: 
 1. Tensão entre os Estados no Or. Médio 
 2. Decadência das potências coloniais europeias 
- Nasser: apoia Argélia contra a França, nacionaliza Suez (franceses e ingleses eram acionistas, bloqueia o estreito de Tiran (ligação do Mar Vermelho com o Golfo de Aqaba) 
- Israel: apoio franco-inglês, possibilidade de ampliação do território 
 • 29/10: invade o Sinai 
 • 30/10: ultimato franco-inglês para o Egito 
 • 31/10: França e Inglaterra bombardeiam o Cairo e Port Said 
 • 06/11: canal sob o controle dos 3 países 
 • ONU: papel decisivo dos EUA e URSS 
 • 30/10: França e Inglaterra vetam no Conselho 
 • de Segurança proposta dos EUA de retirada de Israel do Sinai 
 • 04/11: URSS ameaça com ataque de mísseis e os EUA com represálias econômicas 
 • 07/11: França e Inglaterra se retiram de Suez 
 • Março/1957: Israel desocupa o Sinai

A Guerra do Suez significou: 
 • Decadência do colonialismo europeu 
 • Ascensão de Nasser como líder terceiro-mundista (mesmo derrotado militarmente) 
 • Israel viu que não basta superioridade militar para resolver problemas de dimensões mundiais 
 • URSS como grande vitoriosa: ocupava militarmente a Hungria, mas as ações franco- inglesas, tipicamente colonialistas, desviaram a atenção do mundo para o fato, o que contribuiu para minimizar a reação ocidental 

Guerra dos Seis Dias (1967) 
 • Nos anos anteriores à guerra, surge a OLP (Organização para a Libertação da Palestina), Nasser rearma   o Egito e forma com a Síria a República Árabe Unida (RAU) 
 • 1967: Nasser pede para a ONU retirar as forças de paz da área do golfo de Aqaba e em seguida bloqueia o estreito de Tiran e reata com a Jordânia 
 • Israel ataca por ar Síria, Jordânia e Egito, triplica seu território e se consolida em Gaza, Cisjordânia e Golã 
 • Devemos destacar que a guerra era iminente, sendo que os Estados estavam conscientes da mesma. Israel queria aumentar seu território e o Egito buscava como que se vingar da guerra anterior 


Guerra do Yom Kippur (1973) 
- 1970: morre Nasser e Sadat expulsa os soviéticos em 1972 
- Nacionalismo e pan-arabismo substituídos por uma orientação pragmática de rearmamento e reconquista de territórios 
- Israel ignora ONU e coloniza os territórios ocupados 
- 06/10: o Egito ataca e é contra-atacado 
- 22/10: EUA e URSS impõem cessar-fogo; acordos posteriores restabelecem as fronteiras de 1967 

Acordos de Camp David (1979) 
 • Aproximação Egito-EUA 
 • Egito se afasta da Síria pró-soviética 
 • Egito retoma o Sinai mas não Gaza 
 • Síria e Jordânia acusam Egito de traição 
 • Palestinos de Gaza e Cisjordânia protestam 
 • Neutralismo egípcio e divisão dos árabes 
 • Sadat, presidente do Egito é assassinado em uma parada militar 
 • Israel anexa Jerusalém e se mantém em Golã, apesar de resoluções da ONU para que devolva o território para a Síria 

A questão palestina 

- Início do século 20: 1 milhão de árabes na Palestina (contra dominação inglesa e imigração judaica) 
- Formação de Israel: partilha dos territórios palestinos entre Egito, Israel e Jordânia (expulsão da população palestina, os que ficam são considerados cidadãos de segunda classe) 
- Refugiados: não são aceitos nos países árabes como cidadãos (não queriam legitimar as fronteiras de Israel e temiam conflitos entre árabes e árabes palestinos) 
- 1959: surge a Al Fatah, de Yasser Arafat 
- 1964: OLP – Organização para a Libertação da Palestina, contra a existência de Israel e pela formação de um Estado palestino 
- a OLP forma um Conselho Nacional Palestino (parlamento), eleito pelos palestinos dos territórios ocupados, dos campos de refugiados e dos que habitavam em outros países como exilados 
- No seio da OLP estão abrigadas diversas facções com matizes ideológicos diferentes 
- 1973: a Conferência da Cúpula Árabe de Argel reconhecia a OLP como única representante legítima do povo palestino e após dois anos a ONU adota a mesma posição, sendo que a OLP se torna membro observador da Assembleia Geral 
- a ONU vota uma resolução pela criação de um Estado Palestino na Faixa de Gaza e Cisjordânia (um Estado dividido em dois territórios) e condena a política israelense de assentamentos nesses territórios.


- 1982: Israel invade o Líbano; massacres de Sabra e Chatila por milicianos cristãos sob os olhares do exército israelense comandados por Benjamin Netanyahu (atual primeiro-ministro de Israel) e que nada fez para impedir; a OLP derrotada em Beirute recua 
- OLP se divide: Arafat passa a negociar e outra ala quer a solução pelas armas


-1988: Intifada Palestina, movimento de aglutinação das forças palestinas para a criação/reconhecimento do Estado palestino 
- Significou o enfraquecimento da OLP de setores ligados à via militar e reforçou a política de Arafat - Conselho Nacional Palestino renuncia ao terrorismo e aceita a divisão de 1947 proposta pela ONU


Acordos de Oslo (1993/95) 
Governo trabalhista de Rabin inicia diálogo com Arafat em 1992 (para Rabin, a paz só viria com terras para os palestinos, em uma política que foi denominada “Paz com terras”) 
 • Criação da Autoridade Palestina em Gaza e Cisjordânia (1993) 
 • Rabin inicia um processo de retirada de colonos judeus das áreas ocupadas 
 • Rabin é assassinado por radicais de diretia em razão de sua política 
 • Netanyahu, da direita israelense, vence as eleições com a política de “paz com segurança” e acordos regridem 
 • Em 2000, o líder israelense Sharon visita uma mesquita em Jerusalém, ato considerado arrogante e ofensivo pelos palestinos; inicia a segunda intifada 
 • 2002: Israel ocupa territórios palestinos, acua Arafat e dá início à construção do muro na Cisjordânia 
 • 2004: morre Arafat 
 • 2005: Mahmud Abbas é eleito presidente da Autoridade Palestina; Sharon abandona o Likud e funda o Kadima; Israel remove os assentamentos de Gaza e alguns da Cisjordânia 
 • Sharon é afastado devido a um derrame em 2006, enquanto que o Hamas vence as eleições palestinas


A questão libanesa 

- Líbano: ocupação síria até 2005 (os sírios entendiam que o Líbano era um estado artificial, fruto do colonialismo francês) 
- A questão libanesa se confunde com a questão palestina (os palestinos habitam o sul do país) 
- Habitado por cristãos maronitas, católicos, protestantes e ortodoxos gregos, e por muçulmanos xiitas e sunitas 
- 1934: Pacto Nacional para a distribuição do poder político, refletindo a distribuição populacional e religiosa da época 
 • A liderança da Câmara com um xiita 
 • O Primeiro-Ministro deveria ser um sunita 
 • O Presidente um maronita 
- Guerra civil (1975): crescimento da população muçulmana, guerrilheiros palestinos no sul, atentados maronitas contra xiitas - A guerra civil liquidou o país e revelou alianças improváveis (a Síria, por exemplo, aliada da URSS, temendo uma intervenção de Israel se alia aos EUA e expulsa palestinos)


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