terça-feira, 12 de junho de 2012

GEOGRAFIA DE SANTA CATARINA


            No próximo domingo, dia 25 de novembro de 2012, o Sistema ACAFE/SC estará realizando seu vestibular. Aqui vai um material sobre Geografia de Santa Catarina para os vestibulandos. São informações gerais sobre o estado de Santa Catarina e questões comentadas de vestibulares passados. Aos que vão prestar a prova, boa sorte!

Área: 95.318 km² (1,1% do Brasil e 16,5% da região Sul)
Posição geográfica: entre os paralelos 25º57’ e 29º23’S e os meridianos 48º19’ e 53º50’O
Divisão Administrativa: 293 municípios agrupados em 18 associações de municípios e 20 microrregiões geográficas

Estrutura geológica: embasamento cristalino (pré-cambriano) a nordeste, leste e sudeste; cobertura basáltica (mesozoico) sobre sedimentos antigos (paleozoico) nas áreas centrais em direção oeste; sedimentos recentes na planície litorânea (período quaternário do cenozoico).

Relevo: no litoral estende-se a planície litorânea, mais larga para o sul de Florianópolis e mais estreita no litoral norte; também a Serra do Mar (estrutura cristalina) a partir de Florianópolis; no interior, predomina o planalto sedimentar-basáltico.

Clima: subtropical úmido (mesotérmico úmido); na classificação de Köppen é Cfa (litoral, meio-oeste e oeste), com verões quentes, e Cfb nas áreas mais elevadas do planalto (leste e sudeste), com verões brandos e invernos frios.

Hidrografia: constituída de dois sistemas independentes que têm como divisores de água a Serra Geral (vertente do interior, com os rios Uruguai, Iguaçu, Negro, Canoinhas, Canoas, Pelotas, Peixe e Chapecó) e a Serra do Mar (vertente do Atlântico, com os rios Itajaí, Tubarão, Araranguá, Mampituba e Tijucas)

Vegetação: a vegetação litorânea é constituída de mangues, dunas e restingas; mata atlântica nas encostas da Serra do Mar e variação para mata subtropical na divisa com o RS, no rio Uruguai; mata de araucárias, no planalto; e campos, no meio-oeste e áreas elevadas do planalto (Lages e São Joaquim).

População: 6.249.682 (2010) – menos populoso da região Sul (maior incremento populacional da década na região: 16,68%)

Densidade Demográfica: 65,56 hab/km² - mais povoado da região Sul

Mortalidade Infantil: 23,8 por mil nascimentos vivos (2008)


População urbana: 73% (2000)

População rural: 27% (2000)


Analfabetismo: 7,3%

Expectativa de vida: 70,5 anos

PEA: 54,1% (Terciário – 42,1%; Secundário – 26,1%; Primário – 31,8%)

ATENÇÃO: esses dados são do ano 2000, portanto, as taxas de mortalidade infantil e expectativa de vida devem ter sofrido alteração, com diminuição da mortalidade infantil e aumento da expectativa de vida, bem como o aumento da população urbana e do setor terciário; já a taxa de analfabetos diminuiu.

Cidades mais populosas: Joinville, Florianópolis, Blumenau, Criciúma, São José, Lages, Itajaí e Chapecó.

Pirâmide etária: caracteriza-se pelo estreitamento da base, alargamento do corpo e aumento da altura, o que determina o predomínio de população adulta, grande número de jovens e pequeno número de velhos, entretanto, as populações que aumentam são a de adultos e de velhos, uma vez que a natalidade/fecundidade está diminuindo.

Povoamento e Colonização: Santa Catarina foi inicialmente habitada por indígenas da nação tupi-guarani, sendo que no litoral viviam os Carijós ou Caripós; nos vales litorâneos, nas encostas do planalto e no planalto viviam os grupos Jê e os Caingangues. A expansão do povoamento do litoral sul partiu da Capitania de São Vicente, sendo que no final do século 17 já havia três núcleos básicos de povoamento: Nossa Senhora do Rio São Francisco (atual porto de São Francisco do Sul, de 1658, no litoral norte), Desterro (atual Florianópolis, de 1662) e Santo Antônio dos Anjos de Laguna (atual Laguna, de 1682). No século 19, ocorreu a imigração europeia. A primeira colônia alemã foi instalada, por iniciativa governamental, em 1829, em São Pedro de Alcântara. Como a colonização oficial teve pouco êxito, foi estimulada a colonização por companhias particulares, cuja administração estava apoiada em fatores econômicos. Colônias de iniciativa privada estabeleceram-se ao longo dos vales dos rios Itajaí-Açu, Itajaí-Mirim e redondezas, dando origem a cidades tipificadas por essa colonização e que, mais tarde, tornaram-se polos de desenvolvimento industrial, como Joinville, Blumenau, Brusque e Jaraguá do Sul. Os primeiros italianos chegaram em 1836 e, novamente a partir de 1875, estabelecendo-se nas áreas próximas de colonização alemã e para o interior do território, normalmente seguindo o vale dos rios. Os imigrantes eslavos, principalmente poloneses, foram a quarta corrente migratória importante em Santa Catarina, estabelecendo-se para o interior. Por fim, a colonização se completa através de fluxos internos de imigrantes de segunda geração (vindos do leste e do Rio Grande do Sul), em direção ao oeste do estado.

Agricultura: há um forte predomínio de pequenas propriedades policultoras. A monocultura é caracterizada pelas plantações de cana-de-açúcar, trigo e soja, entre outros. Os principais produtos são:

  • Milho: estende-se do Vale do rio do Peixe ao extremo-oeste, sendo a produção utilizada também para ração animal.
  • Soja: na mesma região do milho, sendo a exportação pelo porto de Itajaí.
  • Cana-de-açúcar: cultivada no litoral, no centro e no norte do estado.
  • Arroz: no vale do Itajaí e no sul do estado.
  • Maçã: com produção nas microrregiões de Joaçaba (oeste), Curitibanos e Campos de Lages (centro); a maior produção está em São Joaquim e Fraiburgo.
  • Fumo: nas microrregiões de Araranguá e Tubarão (litoral sul) e Rio do Sul (centro-leste).
  • Uva: com áreas de cultivo no sul, Lages e no vale do rio do Peixe.
  • Feijão: na microrregião de Chapecó (oeste) temos a maior produção.

Pecuária: destacam-se a suinocultura, a bovinocultura, a avicultura e a apicultura.

  • Suinocultura: praticada inicialmente com a finalidade de produção de gordura animal (banha), a industrialização da carne ganha força a partir da década de 1960. Desenvolve-se em pequenas propriedades, com mão-de-obra familiar. A modernização da estrutura produtiva leva os produtores a adotarem tecnologias mais modernas de produção, o que eleva a produtividade. Os principais rebanhos estão concentrados nas microrregiões de Concórdia, Xanxerê, Joaçaba e São Miguel do Oeste, todas no oeste, e que perfazem cerca de 80% do efetivo estadual.
  • Bovinocultura: desenvolve-se em pequenas propriedades (pecuária leiteira e tração animal). A produção de carne ainda é insuficiente para a demanda interna, sendo necessária a importação. A pecuária de corte está concentrada nas microrregiões de Campos de Lages, Curitibanos e Canoinhas (área central para oeste), onde estão grandes frigoríficos. As indústrias de laticínios concentram-se nas áreas de pecuária leiteira, principalmente nos vales do Itajaí, no Planalto Serrano e oeste catarinense, também se destacando o sul do estado, cuja produção atende às indústrias locais e o RS.
  • Avicultura: destaca-se no cenário nacional (frangos e perus). Tem crescido a produção nas microrregiões de Joaçaba, Concórdia, Xanxerê, Chapecó e São Miguel do Oeste (todas no oeste catarinense), onde está ligada às pequenas propriedades produtoras de cereais e próximas a importantes indústrias frigoríficas.
  • Apicultura: uma das atividades mais antigas do mundo, com a produção de mel, geleia real, própolis e cera, está concentrada do centro do estado para oeste, destacando-se Lages, Curitibanos e Joaçaba.

Indústria: a influência de imigrantes europeus é decisiva para a industrialização do estado. As primeiras implantações se fizeram a partir de capitais de imigrantes. Entre os anos de 1850-1880, expandiu-se a agricultura diversificada (pequenas propriedades), tentativas de exploração da indústria têxtil e surgimento de indústrias de madeira e açúcar. Entre 1880-1914, surgem as primeiras indústrias têxteis bem-sucedidas, indústrias de laticínios e, com a exploração da erva-mate, as indústrias legadas a este setor. De 1914 a 1945, cresce a indústria têxtil, se dá maior emprego de energia elétrica (dinamizando a produção), desenvolve-se a exploração do carvão (litoral sul, em Criciúma) e crescem as pequenas e médias empresas. No período 1945-1964, surgem novos segmentos industriais, como as indústrias de bens duráveis, como plásticos e minerais não-metálicos e também se desenvolve a indústria alimentar no oeste. É nesse período que se dá a substituição de importações de bens duráveis e o assentamento das bases para o desenvolvimento industrial. A partir de 1970, há uma forte expansão industrial, com o fortalecimento de grupos empresariais locais e expansão tecnológica. A maior industrialização se dá no nordeste do estado, na região de Joinville. Na última década, após uma década perdida, como de resto no Brasil nos anos 1980, onde houve endividamentos e sucateamento industrial com a retração de mercados, há crescimento da economia do estado através de investimentos tanto internos como externos na infraestrutura e na própria estrutura produtiva, primeiro em razão da globalização, depois devido à guerra fiscal entre as unidades federativas do país.

A BMW anunciou a instalação de uma montadora no estado no dia 22/10/2012, no norte, no quilômetro 65 da BR-101, no município de Araquari, vizinho de Joinville.

Extrativismo animal: concentra-se na atividade pesqueira, artesanal e industrial, graças a corrente fria das Malvinas, o que confere ao estado grande produção de pescado, um dos maiores do Brasil.

Extrativismo mineral: maior produtor de carvão do Brasil, as reservas e a exploração se dão nas áreas do sul, na região carbonífera, com destaque para os municípios de Criciúma, Içara, Siderópolis e Lauro Muller. Além do carvão, o solo catarinense tem outros minerais como a fluorita. Principal fonte comercial de flúor, as reservas são as mais importantes do país, onde se destacam municípios dos sul do estado.

Extrativismo vegetal: ocorre com maior intensidade nas regiões do planalto de Canoinhas, meio-oeste e no vale do rio do Peixe. Nas décadas de 1940-1960, foi o principal produtor de madeira do país, mas, devido ao intenso desmatamento, notadamente da mata de araucárias, esta atividade declinou. Ainda assim, é um dos maiores produtores nacionais de madeira, principalmente em tora e lenha, destacando-se a produção em Joaçaba, Xanxerê, Curitibanos, Rio do Sul e Ituporanga. Também é importante a erva-mate nas áreas do planalto para o oeste.

Transportes: quanto às rodovias, elas concentram praticamente o transporte de pessoas e de cargas, estando as mesmas distribuídas em rodovias federais (DNER), estaduais (DER/SC) e municipais, a cargo das prefeituras. As BRs longitudinais que cortam o estado são: BR-101, no litoral; BR-116, cortando o planalto central do estado; a BR-153, cortando o meio-oeste. A principal BR transversal é a BR-282, que juntamente com a BR-470 (de ligação), ligam o litoral ao oeste. O transporte aéreo evoluiu, devido ao aumento do número de passageiros e volume de cargas. Dos 27 aeroportos do estado, três operam jatos comerciais: Florianópolis, Joinville e Navegantes, sendo que no da capital operam os voos internacionais, principalmente de países platinos. Quanto ao transporte ferroviário, as principais ferrovias foram implantadas no final do século 19. Três troncos ferroviários principais cortam o estado: dois no sentido norte-sul e um no sentido leste-oeste, demandando o porto de São Francisco do Sul. No sul do estado, um ramal ferroviário liga a zona de produção de carvão às usinas termoelétricas e ao porto de Imbituba. Por fim, o transporte marítimo é feito principalmente através dos portos de São Francisco do Sul, Itajaí e Imbituba. Os portos estão integrados ao Sistema Portuário e Hidroviário Nacional e estão sob a concessão da Empresa de Portos do Brasil S/A – Portobrás. Por seus equipamentos e localização, Imbituba tende a tornar-se o polo de sustentação da indústria siderúrgica no sul do país. São Francisco do Sul e Itajaí, portos de comércio por excelência, são vias de escoamento da produção estadual e corredores naturais das exportações do norte da Argentina e do Paraguai.

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