terça-feira, 27 de março de 2012

AS COREIAS

O nome Coreia deriva da dinastia Koryo, fundada a partir da unificação da península coreana no século VII, antes dividida em três reinos. No decorrer de sua história foi dominada por russos, japoneses, chineses e mongóis. Em1895, ocorreu uma rebelião contra o domínio chinês, o que permitiu a entradado Japão no país que seria posteriormente anexado. A ocupação japonesa tentou impor seu padrão cultural - inclusive forçando o ensino da língua emsubstituição à coreana – e reorganizou a economia. Na II Guerra Mundial, milhares de coreanos foram levados ao Japão e submetidos a trabalhos forçados. Com a derrota japonesa para os aliados, a Coreias foram divididas em duas zonas militares: a do norte sob controle dos soviéticos e a do sul sob o controle dos EUA. Em 1947 formaram-se dois Estados, um capitalista (Coreia do Sul) e outro comunista (Coreia do Norte), mas ambos governos não reconheciam um ao outro. Em 1950 eclode a Guerra da Coreia, quando a do norte invade a do sul, com imediata intervenção dos EUA. Este ataca a Coreia do Norte, mas a China impede que os EUA a tomassem. Em 1953 foi assinado um armistício e definida a fronteira no paralelo 38. Após anos de isolamento e na esteira da crise asiática de 1997 e de inundações no país do norte, inicia-se uma distensão entre os dois países, com o envio de auxílio humanitário por parte da Coreia do Sul, o que enseja o presidente sul-coreano a propor uma reaproximação pelo que chamou de Política da Luz do Sol. Entretanto, em 2005 as relações se esfriam, quando os norte-coreanos afirmam possuir um programa nuclear. Esta revelação rompe fronteiras e passa a ser motivo de preocupação no mundo, afinal, poderia ser o possível início de um novo conflito, sendo que agora de proporções maiores. É bom lembrar que o grande aliado norte-coreano era a União Soviética e com o fim desse país a situação econômica piorou. As enchentes de 1997 revelaram a insuficiência na produção de alimentos por parte da Coreia do Norte, que, além da ajuda do vizinho do sul também foi ajudado pelos EUA e Japão. Por isso a revelação causou forte impacto na comunidade internacional. Mesmo com a abertura econômica em 1997, quando houve modernização tecnológica, a criação de novas zonas industriais e turísticas e cooperação empresarial com outros países, a Coreia do Norte continuou comunista e com a política de partido único, sob o governo de Kim Jong II. Enquanto isso, a Coreia do Sul é tida como um dos Tigres Asiáticos, com grande crescimento econômico, sendo um país exportador principalmente de produtos eletrônicos e automóveis. A crise de 1997 levou bancos e conglomerados à falência, promoveu demissões em massa, desvalorização da moeda, sendo que na atualidade a situação é mais estável, mas há sinais de que a nova crise que se estabeleceu no mundo em 2008 possa novamente trazer recessão ao país. 


A Coreia do Norte é considerada o país mais fechado do mundo, além de ser um Estado militarizado, com 5,8 milhões de soldados ativos e reservistas (1/4 da população do país); em 1994, assinou um acordo com os EUA, comprometendo-se a abrir mão de seu programa nuclear, até que George W. Bush incluiu o país no chamado “eixo do mal”, com Cuba, Líbia, Irã e Iraque, anunciando que a Coreia do Norte havia admitido que mantinha um programa nuclear secreto para fabricar armas nucleares, pretexto utilizado para suspender as exportações de petróleo para o país asiático; a Coreia do Norte se retirou do Tratado de Não-Proliferação Nuclear – que visa conter a expansão de arsenais atômicos – e, depois de se sentar à mesa com os EUA para discutir a questão (havia anunciado que possuía plutônio suficiente para fabricar armas atômicas), larga as negociações e anuncia que dispõe da bomba atômica, o que, na visão norte-coreana, é uma salvaguarda para uma hipotética intervenção no país; em 2006, realizou testes com mísseis balísticos, com suposta capacidade de atingir alvos no Havaí e Alasca (que fracassaram, segundo as agências noticiosas) mas que serviram de alerta para o mundo. A resposta foi imediata, com o Japão anunciando sanções ao país e os EUA enviando navios de guerra para a costa do mesmo. Tudo isso dentro de um quadro em que o governo norte-coreano havia assinado um acordo em que prometia abandonar seu programa nuclear em troca de cooperação econômica, mas também de um reator nuclear para fins pacíficos. 

Porém, o lançamento de um suposto satélite previsto no início de abril pela Coreia do Norte é uma provocação grave, segundo o governo sul-coreano, ao qual o regime norte-coreano respondeu advertindo que considerará uma "ação hostil" qualquer discussão a respeito desse tema na ONU, o que pode provocar o rompimento das negociações diplomáticas sobre seu desarmamento. Apesar das advertências internacionais, a Coreia do Norte anunciou que colocará em órbita um "satélite de telecomunicações". Washington, Tóquio e Seul temem que seja na realidade do teste de um míssil de longo alcance. Se o lançamento for efetuado, considerado uma provocação, será muito difícil determinar imediatamente se é um míssil de longo alcance ou de um foguete para pôr em órbita um satélite, já que ambos os artefatos são propulsados por lançadores de tecnologia semelhante. À espera do lançamento, a Marinha norte-americana já preparou dois destroieres equipados com sistemas de defesa antimísseis frente à costa do Japão. A Coreia do Norte ameaça retomar/expandir seu programa nuclear caso seja submetido a sanções. 

RESUMINDO 

Após a Guerra da Coreia (50-53), foi dividida em Coreia do Sul (capitalista, um dos Tigres) e Coreia do Norte (socialista e empobrecida); existem conversações para a reunificação; a maior ajuda para a Coreia do Norte vem atualmente do país do sul, a Coreia do Norte é considerado o país mais fechado do mundo, além de ser um Estado militarizado, com 5,8 milhões de soldados ativos e reservistas (1/4 da população do país); em 1994, assinou um acordo com os EUA, comprometendo-se a abrir mão de seu programa nuclear, até que George W. Bush incluiu o país no chamado “eixo do mal”, com Cuba, Irã e Iraque, anunciando que a Coreia do Norte havia admitido que mantinha um programa nuclear secreto para fabricar armas nucleares, pretexto utilizado para suspender as exportações de petróleo para o país asiático; a Coreia do Norte se retirou do Tratado de Não-Proliferação Nuclear – que visa conter a expansão de arsenais atômicos – e, depois de se sentar à mesa com os EUA para discutir a questão (havia anunciado que possuía plutônio suficiente para fabricar armas atômicas), larga as negociações e anuncia que dispõe da bomba atômica, o que, na visão norte-coreana, é uma salvaguarda para uma hipotética intervenção no país; recentemente, em 2006, realizou testes com mísseis (que fracassaram, segundo as agências noticiosas), mas que serviram de alerta para o mundo.; entretanto, em 2009, a Coreia do Norte realizou testes nucleares. 
Coreia do Sul: Tigre Asiático 
Coreia do Norte: país fechado (estado militarizado), realização de testes nucleares (alcance limitado dos mísseis) 
1895: rebelião contra a ocupação chinesa abre o caminho para anexação pelo Japão (impõe seu padrão cultural) Com a derrota japonesa para os aliados, a Coreias foram divididas em duas zonas militares: a do norte sob controle dos soviéticos e a do sul sob o controle dos EUA 
1947: formaram-se dois Estados, um capitalista (Coréia do Sul) e outro comunista (Coréia do Norte), mas ambos os governos não reconheciam um ao outro 
1950-53: Guerra da Coreia 
Crise Asiática de 1997 e inundações na Coreia do Norte: política de reaproximação 
2006: testes com mísseis balísticos pela Coreia do Norte 
2009: novos testes, Coreia admite ter armas nucleares 
A discussão atual entre as Coreias envolve a fronteira marítima oeste da península coreana (confrontos navais em 1999, 2002, 2009 e 2010) 
Paralelo 38: Linha de Demarcação Militar, separa os dois países, onde há uma zona desmilitarizada.


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